La sinopsis preparada por Alex de Souza lo presenta así:
Vinicius de Moraes cuja pluralidade é reconhecida em suas obras, pensamentos e
paixões receberá por ocasião do seu centenário nossa homenagem. Para
compreender melhor o homem e o poeta, resolvemos criar um diálogo imaginário,
tomando como respostas seus poemas, contos e entrevistas.
En relación a la poesía el diálogo imaginario destaca la influencia paterna en su desarrollo:
A POESIA
ILHA - Quando nasceu a poesia na sua vida?
POETA - A poesia paterna, que encontrara numa gaveta velha em casa, foi a minha
grande e decisiva influência. Desejei imenso fazer versos assim, versos de amor. Eu
havia sempre laborado na arte da poesia, desde os mais verdes anos. Às vezes, em meio aos brinquedos com os irmãos, na Ilha do Governador, fugia e ia me ocultar no quarto,
a folha de papel diante de mim.
Era tão estranho aquilo! Eu de nada sabia ainda, senão que tinha nove anos e Cocotá
era o meu mundo, com sua praia de lodo, seu cajueiro e seus guaiamuns. Mas sabia
vibrar em presença da folha branca que me pedia versos, viva como uma epiderme que
pede carinho.
O menino dentro de seu quarto dentro da Ilha, dentro da baía, dentro da cidade, dentro
do país, dentro do mar, dentro do mundo.
Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia.
Linha por linha, como psicografado, o poema - o meu primeiro poema - começou a
brotar de mim.
Amava era amar. Amava a mulher. A mais não poder. Por isso fazia seu grão de poesia
E achava bonita a palavra escrita. Por isso sofria. Da melancolia de sonhar o poeta
que quem sabe um dia poderia ser.
Eu mostrava meus sonetos aos meus amigos - eles mostravam os grandes olhos abertos.
A poesia é tão vital para mim que ela chega a ser o retrato de minha vida. Portanto
julgar minha poesia seria julgar minha vida. E eu me considero um ser tão imperfeito...
Pensei que nunca poderia ser poeta.
ILHA - E os Poetas ?
POETA - Me liguei muito a Bandeira, Drummond, Pedro Nava e outros...
Uno de los temas que se tratarán guarda relación con la película Orfeu da Conceição La preciosa canción "A FELICIDADE" es cantada con verdadera hermosura. Es esa felicidad efímera, la causa de dicha que hoy aún es vigente... la felicidad del pobre, de quienes viven en las favelas, por estar presente en esa mañana de Carnaval. Es el compromiso con algo grande, es la identidad, es el baile, es la música, es el arte, es la disciplina por hallar un logro, es la fuerza de la unión, es la integración a una comunidad, es el sabor de patria... Cuántas cosas se desarrollan para un día tan especial, cuántos talentos, cuántos sueños. Es que la pobreza no se da en el bolsillo, la pobreza se da en el alma y muchos de ellos son verdaderamente ricos.... con los pies descalzos, no se distraen en la vanalidad.
¡¡¡Que mi amada Brasil, los tenga siempre presentes!!!
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
(...)A felicidade é como a gota
(...)E cai como uma lágrima de amor
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
(...)Pra tudo se acabar na quarta-feira
La música es un legado muy preciado, por ello hablar de Bossa Nova es imperioso en este homenaje y el tema se da así:
BOSSA NOVA
ILHA - Fale-me de sua música.
POETA - Não falo de mim como músico, mas como poeta. Não separo a poesia que
está nos livros da que está nas canções. Era uma insatisfação minha verificar que a
poesia de livro atingia um número tão reduzido de pessoas.
Dizem, na minha família, que eu cantei antes de falar. E havia uma cançãozinha que eu
repetia e que tinha um leve tema de sons. Fui criado no mundo da música, minha mãe e
minha avó tocavam piano, eu me lembro de como me machucavam aquelas valsas
antigas. Meu pai também tocava violão, cresci ouvindo música. Depois a poesia fez o
resto.
A música começou mesmo na década de 50, quando voltei de meu primeiro postodiplomático no exterior, em Los Angeles. Agora, eu sempre fazia minhas músicas, antes, mesmo sozinho, mas sem nenhum intuito de editar ou ver cantar. Aos 15 anos tive uma experiência interessante: eu me liguei a uma dupla vocal, que havia aqui, chamada Irmãos Tapajós, e comecei a compor com eles.
ILHA - Durante os cerca de quatro anos em solo americano, você se apaixonou pelo jazz, que futuramente seria uma das raízes fundamentais para a Bossa Nova. Tom Jobim teve uma formação semelhante e João Gilberto, no interior da Bahia, também se interessava pelo mesmo estilo musical e, coincidentemente, teve as mesmas influências dos músicos cariocas. E o marco foi “Chega de saudade”, com Elizeth Cardoso e depois gravado por João Gilberto.
Você acha que a influência do jazz foi boa para a bossa nova?
POETA - Acho que foi uma influência muito boa. Com a influência do jazz, abriu tudo
isso, você podia introduzir qualquer instrumento num conjunto de samba, os instrumentistas improvisavam, as harmonias melhoraram muito e se enriqueceram, os instrumentistas tornaram-se excelentes e conheciam profundamente seus instrumentos, como é o caso de aden e Tom. A influência foi benéfica porque houve uma descaracterização de nossa música. O samba estava sempre presente na bossa nova.
Além disso, a bossa nova trouxe mais alegria e bom humor à nossa música, que andava
muito voltada para a tristeza, a dor de corno, a fossa, naquela época do Antonio Maria.
Eram músicas muito bonitas, o chamado samba de boate. Com a bossa nova a coisa ficou mais sadia, mais otimista, os sentimentos eram mais de comunicação, mais legais.
Bossa nova é mais um olhar que um beijo; mais uma ternura que uma paixão; mais um recado que uma mensagem.
Vai, minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai
Tanto assim que eu sou um dos pouquíssimos compositores brasileiros que atravessou
essas gerações todas. Eu fiz música com o Pixinguinha, o Ary Barroso, com o pessoal
da geração do Antonio Maria, o Paulinho Soledade; depois peguei o Tom, o Baden, o
Carlos Lyra, o Edu, o Francis e, em 69, o Toquinho. E mesmo com caras mais jovens
que o Toquinho eu já fiz música, como o Eduardo Souto Neto, o João Bosco.
Es que adoro a Vinicius De Moraes, Tom Jobim, Toquinho, Joao Gilberto, Caetano Veloso, Chico Buarque,Dorival Caymmi, Jaques Morelenbaum, Rosa Passos, Gal Costa, Marcos Valle, Wanda Sá, Roberto Menescal, Nara Leao, Elian Elias, Maria Bethania. Los sambistas Arnoldo Cruz, Jorge Aragao, Luiz Melodia, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, .. Paulinho da Viola, Fundo do quintal, Diogo Nogueira, Joao Nogueira.....y muchísimos más.Brasil.... mi corazón nació allí.... "Meu Brasil Brasileiro"
María Cecilia
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