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domingo, 13 de septiembre de 2015

ABDICAÇÃO - Fernando Pessoa



Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços

E chama-me teu filho... eu sou um rei

que voluntariamente abandonei

O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,

Em mão viris e calmas entreguei;

E meu cetro e coroa - eu os deixei

Na antecâmara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,

Minhas esporas de um tinir tão fútil,

Deixei-as pela fria escadaria.
            Despi a realeza, corpo e alma,

E regressei à noite antiga e calma

Como a paisagem ao morrer do dia.



Traducción al español

Tómame, oh noche eterna, en tus brazos 
y llámame hijo.
Yo soy un rey 
que voluntariamente abandoné 
mi trono de ensueños y cansancios.

Mi espada, pesada en brazos flojos, 
a manos viriles y calmas entregué; 
y mi cetro y corona—yo los dejé 
en la antecámara, hechos pedazos.

Mi cota de malla, tan inútil, 
mis espuelas, de un tintineo tan fútil, 
las dejé por la fría escalinata.

Desvestí la realeza, cuerpo y alma, 
y regresé a la noche antigua y serena 
como el paisaje al morir el día.



Fuentes: Insite.com.br
Traducción: Poemas del alma

IMPOTENTE - María Cecilia Murcia


La hora de la destrucción se aproxima
la depredación con cara de especie superior
el horror disfrazado de guerra justa.

La voz ensordecedora que reprime
la voluntad mutilada que obra por el temor
los barrotes de sangre de la impotencia.

La mano que empuja y atrapa a la vez
los brazos vulnerados que no pueden luchar
la indignación perpetúa de la inercia.

La función de máscaras en pugna
la estrategia circense perfecta para manipular
las mentes muertas que caen incautas.

La hora impotente que me ata y ensombrece
la hora imposible, ¿dónde me he de refugiar?
una voz insuficiente para gritar.




SONHO IMPOSSÍVEL - Fernando Pessoa


Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se este chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.






jueves, 10 de septiembre de 2015

HORA ABSURDA - Fernando Pessoa

           O TEU SILÊNCIO é uma nau com tôdas as velas pandas... 
           Brandas, as brisas brincam nas flâmulas, teu sorriso... 
           E o teu sorriso no teu silêncio é as escadas e as andas 
           Com que me finjo mais alto e ao pé de qualquer paraiso... 

           Meu coração é uma ânfora que cai e que se parte... 
           O teu silêncio recolhe-o e guarda-o, partido, a um canto... 
           Minha idéia de ti é um cadáver que o mar traz à praia..., e 
           entanto 
           Tu és a tela irreal em que erro em côr a minha arte... 

           Abre tôdas as portas e que o vento varra a idéia 
           Que temos de que um fumo perfuma de ócio os salões... 
           Minha alma é uma caverna enchida p'la maré cheia, 
           E a minha idéia de te sonhar uma caravana de histriões... 

           Chove ouro baço, mas não no lá-fora...É em mim...Sou a Hora, 
           E a Hora é de assombros e tôda ela escombros dela... 
           Na minha atenção há uma viúva pobre que nunca chora... 
           No meu céu interior nunca houve uma única estrela... 

           Hoje o céu é pesado como a idéia de nunca chegar a um pôrto... 
           A chuva miúda é vazia...A Hora sabe a ter sido... 
           Não haver qualquer coisa como leitos para as naus!...Absorto 
           Em se alhear de si, teu olhar é uma praga sem sentido... 

           Tôdas as minhas horas são feitas de jaspe negro, 
           Minhas ânsias tôdas talhadas num mármore que não há, 
           Não é alegria nem dor esta dor com que me alegro, 
           E a minha bondade inversa não é nem boa nem má... 

           Os feixes dos lictores abriram-se à beira dos caminhos... 
           Os pendões das vitórias medievais nem chegaram às cruzadas... 
           Puseram in-fólios úteis entre as pedras das barricadas... 
           E a erva cresceu nas vias férreas com viços daninhos... 

           Ah, como esta hora é velha!... E tôdas as naus partiram! 
           Na praia só um cabo morto e uns restos de vela falam 
           De longe, das horas do Sul, de onde os nossos sonhos tiram 
           Aquela angústia de sonhar mais que até para si calam... 

           O palácio está em ruínas... Dói ver no parque o abandono 
           Da fonte sem repuxo... Ninguém ergue o olhar da estrada 
           E sente saudade de si ante aquêle lugar-outono... 
           Esta paisagem é um manuscrito com a frase mais bela cortada... 

           A doida partiu todos os candelabros glabros, 
           Sujou de humano o lago com cartas rasgadas, muitas... 
           E a minha alma é aquela luz que não mais haverá nos 
           candelabros... 
           E que querem ao lago aziago minhas ânsias, brisas fortuitas?... 

           Por que me aflijo e me enfermo?...Deitam-se nuas ao luar 
           Tôdas as ninfas... Veio o sol e já tinham partido... 
           O teu silêncio que me embala é a idéia de naufragar, 
           E a idéia de a tua voz soar a lira dum Apolo fingido... 

           Já não há caudas de pavões tôdas olhos nos jardins de outrora... 
           As próprias sombras estão mais tristes...Ainda 
           Há rastros de vestes de aias (parece) no chão, e ainda chora 
           Um como que eco de passos pela alamêda que eis finda... 

           Todos os ocasos fundiram-se na minha alma... 
           As relvas de todos os prados foram frescas sob meus pés frios... 
           Secou em teu olhar a idéia de te julgares calma, 
           E eu ver isso em ti é um pôrto sem navios... 

           Ergueram-se a um tempo todos os remos...pelo ouro das searas 
           Passou uma saudade de não serem o mar...Em frente 
           Ao meu trono de alheamento há gestos com pedras raras... 
           Minha alma é uma lâmpada que se apagou e ainda está quente... 

           Ah, e o teu silêncio é um perfil de píncaro ao sol! 
           Tôdas as princesas sentiram o seio oprimido... 
           Da última janela do castelo só um girassol 
           Se vê, e o sonhar que há outros põe brumas no nosso sentido... 

           Sermos, e não sermos mais!... Ó leões nascidos na jaula!... 
           Repique de sinos para além, no Outro Vale... Perto?... 
           Arde o colégio e uma criança ficou fechada na aula... 
           Por que não há de ser o Norte e Sul?... O que está descoberto?... 

           E eu deliro... De repente pauso no que penso...Fito-te... 
           E o teu silêncio é uma cegueira minha...Fito-te e sonho... 
           Há coisas rubras e cobras no modo como medito-te, 
           E a tua idéia sabe à lembrança de um sabor de medonho... 

           Para que não ter por ti desprêzo? Por que não perdê-lo?... 
           Ah, deixa que eu te ignore...O teu silêncio é um leque --- 
           Um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo, tão belo, 
           Mas mais belo é não o abrir, para que a Hora não peque... 

           Gelaram tôdas as mãos cruzadas sôbre todos os peitos.... 
           Murcharam mais flôres do que as que havia no jardim... 
           O meu amar-te é uma catedral de silêncio eleitos, 
           E os meus sonhos uma escada sem princípio mas com fim... 

           Alguém vai entrar pela porta...Sente-se o ar sorrir... 
           Tecedeiras viúvas gozam as mortalhas de virgens que tecem... 
           Ah, o teu tédio é uma estátua de uma mulher que há de vir, 
           O perfume que os crisântemos teriam, se o tivessem... 

           É preciso destruir o propósito de tôdas as pontes, 
           Vestir de alheamento as paisagens de tôdas as terras, 
           Endireitar à fôrça a curva dos horizontes, 
           E gemer por ter de viver, como um ruído brusco de serras... 

           Há tão pouca gente que ame as paisagens que não existem!... 
           Saber que continuará a haver o mesmo mundo amanhã --- como 

           nos desalegra!... 
           Que o meu ouvir o teu silêncio não seja nuvens que atristem 
           O teu sorriso, anjo exilado, e o teu tédio, auréola negra... 

           Suave, como ter mãe e irmãs, a tarde rica desce... 
           Não chove já, e o vasto céu é um grande sorriso imperfeito... 
           A minha consciência de ter consciência de ti é uma prece, 
           E o meu saber-te a sorrir é uma flor murcha a meu peito... 

           Ah, se fôssemos duas figuras num longínquo vitral!... 
           Ah, se fôssemos as duas côres de uma bandeira de glória!... 
           Estátua acéfala posta a um canto, poeirenta pia batismal, 
           Pendão de vencidos tendo escrito ao centro êste lema ---  Vitória! 

           O que é que me tortura?... Se até a tua face calma 
           Só me enche de tédios e de ópios de ócios medonhos... 
           Não sei...Eu sou um doido que estranha a sua própria alma... 
           Eu fui amado em efígie num país para além dos sonhos... 

Traducción de Miguel Ángel Sepúlveda Espinosa.



Tu silencio es una nave con todas las velas llenas...
Blandas, las brisas juegan en las flámulas, tu sonrisa...
Y tu sonrisa en tu silencio es la escalera y las andas
con que me finjo más alto y junto a cualquier paraíso. 

Mi corazón es un ánfora que cae y que se quiebra...

Tu silencio lo recoge y quebrado lo arrincona...
Mi idea de ti es un cadáver que el mar trae a la playa... y mientras tanto
tú eres la tela irreal en la que mi arte yerra el color...


Abre todas las puertas y que el viento barra la idea

que tenemos de que un humo perfuma de ocio los salones...
Mi alma es una caverna colmada por la marea alta,
y mi idea de soñarte una caravana de histriones...


Llueve oro mate, mas no en lo exterior... Es dentro de mí... Soy la Hora,

y la Hora es de asombros y toda ella escombros de ella misma....
En mi atención hay una viuda pobre que nunca llora...
En mi cielo interior nunca hubo una sola estrella..


Hoy el cielo es pesado como la idea de no llegar nunca a un puerto...

La lluvia menuda está vacía... La Hora sabe a haber sido...
¡Y no haber algo como lechos para las naves!...
Absorta en alienarse de s´, tu mirada es una plaga sin sentido...


Todas mis horas están hechas de jaspe negro,

mis ansias todas talladas en un mármol que no existe,
no es alegría ni dolor este dolor con el que me alegro,
y mi bondad inversa no es ni buena ni mala.


Los hace de los lictores se abrieron al borde de los caminos...

Los pendones de las victorias medievales no llegaron ni a las cruzadas...
Pusieron infolios útiles entre las piedras de las barricadas...
Y la hierba creció en las vías férreas con lozanía dañina...

¡An, qué vieja es esta hora!... ¡Y todas las naves partieron!

En la playa sólo un cabo muerto y unos restos de vela hablan
de lo Lejano, de las horas del Sur, de donde nuestros sueños sacan
aquella angustia de más soñar que hasta callan para sí...

El palacio está en runas... Duele ver en el parque el abandono
de la fuente sin surtidor... Nadie levanta la mirada del camino
y siente saudades de sí ante aquel lugar-otoño...
Este paisaje es un manuscrito con la frase más bella suprimida...


La loca partió todos los candelabros glabros,
ensució de humano el lago con cartas rasgadas, muchas...
Y mi alma es aquella luz que nunca más tendrán los candelabros...
¿Y qué queren del lago aciago ms ansas, brisas fortuitas?...

¿Por qué me aflijo y me enfermo?... Se acuestan desnudas al claro de luna 

todas las ninfas... Vino el sol y habían ya partido... 

Tu silencio que me arrulla es la idea de naufragar, 

y la idea de que tu voz suene a lira de un Apolo fingido...


Ya no hay colas de pavos todo ojos en los jardines de otrora...

Las propias sombras están más tristes... Aún 

hay rastros de ropas de ayas (parece) en el suelo, y aún llora 

un como eco de pasos por la alameda que velahí concluida...


Todos los ocasos se fundieron en mi alma... 

Las hierbas de todos los prados fueron frescas bajo mis pies fríos... 

Secó en tu mirada la idea de creerte calma, 

y el ver yo eso en ti es como un puerto sin navíos...


Se irguieron al tiempo todos los remos... Por el oro de los trigales 

pasó una saudade de no ser mar... Frente 

a mi trono de alienación hay gestos con piedras raras... 

Mi alma es una lámpara que se apagó y aún está caliente...


¡Ah, y tu silencio es un perfil de cúspide al sol! 

Todas las princesas sintieron el seno oprimido... 

De la última ventana del castillo sólo un girasol 

se ve, y el soñar que hay otros pone brumas en nuestro sentido...


¡Ser, y no ser ya más!... ¡Oh leones nacidos en la jaula!... 

Repicar de campanas hacia más allá, en el Otro Valle... ¿Cerca?... 

Arde el colegio y un niño quedó encerrado en el aula... 

¿Por qué no ha de ser el Norte el Sur?... ¿Qué es lo que está descubierto?...


Y yo deliro... De repente hago pausa en lo que pienso... Te miro 

y tu silencio es una ceguera mía... Te miro y sueño... 

Hay cosas rojas y cobrizas en el modo de meditarte, 

y tu idea sabe a recuerdo del sabor de un espanto...


¿Para qué no sentir por ti desprecio? ¿Por qué no perderlo?...

Ah, deja que te ignore... Tu silencio es un abanico—

un abanico cerrado, un abanico que abierto sería tan bello, tan bello, 

pero más bello es no abrirlo, para que la Hora no peque...


Se helaron todas las manos cruzadas sobre todos los pechos..

Se ajaron más flores de las que había en el jardín...

Mi manera de amarte es una catedral de silencios escogidos,

y mis sueños una escalera sin principio pero con fin...


Alguien va a entrar por la puerta... Se siente sonreír el aire... 

Tejedoras viudas gozan las mortajas de vírgenes que tejen... 

Ah, tu tedio es una estatua de una mujer que ha de venir, 

el perfume que los crisantemos tendrían, si lo tuviesen...


Es preciso destruir el propósito de todos los puentes, 
vestir de alienación los paisajes de todas las tierras, 
enderezar por fuerza la curva de los horizontes, 

y gemir por tener que vivir, como un ruido brusco de sierras...

¡Hay tan poca gente que ame los paisajes que no existen!... 
Saber que continuará habiendo el mismo mundo mañana—¡cómo nos entristece!... 
Que mi oír tu silencio no sean nubes que contristen 
tu sonrisa, ángel exiliado, y tu tedio, aureola negra...


Suave, como tener madre y hermanas, la tarde rica desciende...
No llueve ya, y el vasto cielo es una gran sonrisa imperfecta... 
Mi conciencia de tener conciencia de ti es una prez, 

y mi saberte sonriendo es una flor mustia en mi pecho...

¡Ah, si fuésemos dos figuras en una lejana vidriera!... 
¡Ah, si fuésemos los dos colores de una bandera de gloria!... 
Estatua acéfala retirada a un lado, polvorienta pila bautismal, 
pendón de vencidos que tuviese escrito en el centro este lema ¡Victoria!

¿Qué es lo que me tortura?... Si hasta tu faz tranquila 
sólo me llena de tedios y de opios de ocios temibles... 
No sé... Yo soy un loco que extraña su propia alma...

Yo fui amado en efigie en un país más allá de los sueños...




Fuente: Poemas del Alma






INSTITUTIONS - Kim Sung-Hui




All day long one child colors pictures in a book:
Butterflies, flowers, clouds, streams.
The child is afraid the colors may go over the lines.
Who taught her that fear?
How did she learn
it's wrong to go over the lines?
Those butterflies, flowers, clouds, and streams
are all imprisoned inside lines.
Mummy, Mummy, the crayons mustn's go
outside the lines, must they?
Fear overflows from the child's gentle eyes.
All day long, docile and neat, my child is carefully
coloring inside the lines as the instructions say.
If I were not Mummy,
I would tell her: Go on, dear.
Sribble over the lines. Paint outside the lines.
Butterflies, streams, clouds, and flowers
are all things that explode.
They are all alive, dear.
Things that blossom, surging and scrambling over the lines
Things that trespass, that break the law, dear.
I used to hate every kind of institution
but being Mummy is an institution too.
I'll bind you with the ropes that once bound me!
I am that woman and the governor-general.
Kill Mummy, then, dear!


SUN MASS - Kim Sung-Hui

La oscuridad precede al sol,
El sol destruye a la oscuridad.
La realidad se opone al sueño
Y entonces, los sueños destruyen la realidad.
El águila toma el sol en su paseo.
Ahora, detrás de una pared de nubes
Me  arriesgo
A soñar
Que las corpusculares ondas misteriosas del sol
Están uniendo mi vida con la suya
Para evitar que mi existencia se convierta en cenizas
Para evitar que se convierta en una máscara de hielo.
Me atrevo a imaginar:
Mi fuego girando como el sol en su eterna órbita.
Para siempre, eternamente.
Uniendo
Mi vida y esa enorme vida.
¿Qué rueda giratoria
En el vacío de qué niebla
Es nuestro hilo que comienza a destejerse?

Kim Sung-Hui nació en Kwangju, Provincia Cholla en 1952. Se graduó e hizo doctorado en Lengua y Literatura en la Universidad de Sogang en Seúl, además del Inglés. Comenzó su carrera como poeta en 1973 y en 1994 fue reconocido como escritor de ficción, al recibir el Premio Primavera Literaria de Ficción del diario Dong.A Ilbo. Entre sus obras se encuentran Talgyal sok ui saeng, Kanun Saram, Santa Fe Ro Kanun Saram, un estudio del trabajo de Yi Sang.
Fuente: Hompi Sogang




LA CANCIÓN DE UN ESPÍRITU ERRANTE - Shin Kyong-Nim



Anda tu camino en paz, ellos dicen, recorre en paz tu camino.
Con tu cuello roto y tus miembros mutilados:
Avanza mil, diez mil leguas por el camino
Al más allá, sin noche, sin  día
Anda tu camino en paz, ellos dicen, recorre en paz tu camino.
Duerme,  dicen ellos, duerme ahora tranquilamente.
Piensa que millones de años han pasado, nunca abras los ojos
mientras caes en un extenso campo, en un prado
o en un pedazo de arena, séllalos con sangre.
Duerme, ellos dicen, duerme tranquilamente ahora.
Apodérate, con tus manos rasgadas y astilladas
Apodérate cálidamente de estas manos cubiertas de sangre.
Un nuevo día  llega, el sol está brillando
Los pájaros  cantan, la brisa es suave
Apodérate, con tus manos rasgadas y astilladas, ellos dicen, aduéñate.
No puedo continuar con mi cuello roto y mis miembros mutilados,
No puedo cerrar tranquilamente los ojos.
No puedo apoderarme de nada con estas manos astilladas,
No puedo adueñarme  de tus manos cubiertas de sangre.
Tengo que volver  con los ojos llorosos y brillantes.
Debo regresar
Con mi cuello roto, cargando mis miembros mutilados,
Apretando los dientes y deseando que caigan tristes las heladas del cielo.
No puedo apoderarme con estas manos astilladas
No puedo apoderarme de tus manos cubiertas de sangre.
Tengo que volver, una densa nube anuncia la tormenta
A  los callejones, a los mercados, a las fábricas, a los muelles;
Tengo que volver, es un clamor violento.



신경림
Shin Kyong-Nim nació en Chongju en Corea del Sur, el 6 de abril de 1935. Estudió Literatura Inglesa en la Universidad de Dongguk. Sus escritos se ven influenciados por las vivencias y costumbres observadas en las aldeas rurales que frecuentaba, presentándolas en un contexto histórico y social, bajo una emoción cálida y plácida o de protesta en poemas referidos a los obreros, plasmando un mensaje significativo. Conocido como el "Poeta del Pueblo".
Premios:  Ha Yong-un de literatura en 1974 por "La danza de los agricultores" (Nongmu), el premio de literatura de escritores coreanos en 1981, el premio literario Yi Sang en 1990 y el premio Ho-Am en 2009
Poemarios: Crucemos la luna, Una pobre canción de amor, El sueño de los caídos. Ensayos Críticos: La verdad de la vida y la verdad de la poesía, Entendiendo nuestra poesía
Fuentes: Círculo de Poesía y Wikipedia



miércoles, 9 de septiembre de 2015

Respuesta a propuesta matrimonial - Safo


Si aún fueran capaces mis pechos de dar jugo. Y si mi vientre fuera capaz todavía de volver a
concebir, animosa me encaminaría al nuevo tálamo. Pero ya la vejez ha marcado con mil
surcos la piel de mi cuerpo y el amor, dador de felicidad y de dolores, ya no revolotea a mi
alrededor.

Mas si en verdad me amas, búscate otro lecho digno de un mancebo como eres tú. Yo no
podría sufrir, vivir bajo un mismo techo con un hombre tan joven siendo como soy, tan
vieja...

Mi piel, marchita, se resquebraja,mi negro pelo se ha tornado blanco, quedan pocos de mis dientes y mis rodillas no soportan ya el peso de este cuerpo que solía trenzarse con los vuestros en las danzas y retozar sobre el mullido césped al igual que un ligero cervatillo, el más ágil de los seres vivientes.

Sólo suplico de los inmortales a los que he honrado en tan alto grado en todos mis versos y
cantos y danzas, una oportunidad más de seguir viviendo un poco cerca de los seres y de las
cosas que he amado.

Campaña por el respeto








YO PIENSO EN TI - José Batres Montúfar

Yo pienso en ti, tú vives en mi mente,
sola, fija, sin tregua, a toda hora,

aunque tal vez el rostro indiferente
no deje reflejar sobre mi frente
la llama que en silencio me devora.

En mi lóbrega y yerta fantasía
brilla tu imagen apacible y pura,
como el rayo de la luz que el sol envía
a través de una bóveda sombría
al roto mármol de una sepultura.
Callado, inerte, en estupor profundo,
mi corazón se embarga y se enajena,
y allá en su centro vibra moribundo
cuando entre el vano estrépito del mundo
la melodía de su nombre suena.
Sin lucha, sin afán y sin lamento,
sin agitarme, en ciego frenesí,
sin proferir un sólo, un leve acento,
las largas horas de la noche cuento
y pienso en ti!